A TSMC, principal fabricante de chips da Apple, afirmou que o processo de construção e ativação de suas fábricas nos Estados Unidos será acelerado nos próximos anos. A promessa vem após o atraso na entrega da primeira planta, localizada no estado do Arizona, que acabou comprometendo os planos iniciais da Apple para chips “Made in America”.
Primeira fábrica atrasou, mas TSMC promete ritmo mais ágil nas próximas
O projeto da TSMC nos EUA é uma das vitrines do CHIPS Act, iniciativa do governo americano para fortalecer a indústria local de semicondutores. No entanto, a primeira fábrica — que deveria iniciar a produção em 2024 — só agora começa a operar, com foco em chips de gerações anteriores, como o A16, usado no iPhone 14 Pro e em modelos base do iPhone 15.
Segundo a Nikkei Asia, a TSMC garantiu a investidores que os próximos complexos nos EUA serão concluídos em menos tempo. Enquanto a primeira planta levou cerca de cinco anos, as próximas devem levar no máximo dois anoscada. A expectativa é que:
- Uma fábrica de 3 nanômetros entre em operação em 2028
- Uma de 2 nanômetros esteja ativa antes de 2030
Ainda assim, as fábricas nos EUA continuarão atrasadas em relação às mais avançadas da TSMC em Taiwan, o que significa que os chips mais modernos da Apple continuarão sendo produzidos fora dos Estados Unidos — pelo menos por enquanto.
Ex-CEO da Intel critica planos da TSMC nos EUA
Mesmo com os avanços prometidos, o ex-CEO da Intel, Pat Gelsinger, se mostrou cético. Em declaração ao Financial Times, ele afirmou que os investimentos da TSMC em solo americano terão pouco impacto real na liderança tecnológica dos EUA.
“Se você não tem P&D (pesquisa e desenvolvimento) nos EUA, não terá liderança em semicondutores no país”, declarou Gelsinger.
De fato, toda a pesquisa avançada da TSMC permanece em Taiwan, o que torna improvável que a empresa transfira conhecimento técnico sensível para fora de sua sede — uma estratégia que também visa proteger sua vantagem competitiva global.
Chips “Made in USA”: promessas e limitações
Apesar do esforço político e dos bilhões de dólares investidos, os chips produzidos nos EUA inicialmente estarão restritos a modelos mais antigos de iPhone e outros dispositivos menos exigentes em termos de processamento.
Ainda assim, o movimento representa um passo importante para diversificar a cadeia de produção da Apple, especialmente diante de tensões geopolíticas envolvendo Taiwan e China.