As novas tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos, apelidadas de “Dia da Libertação”, estão gerando impacto direto e imediato na Apple. A gigante de tecnologia, que depende de uma cadeia de fornecimento global, agora terá que lidar com taxas de importação sobre todos os seus parceiros de fabricação fora do país.
Medida entra em vigor imediatamente
Anunciada nesta quarta-feira, a iniciativa de Trump impõe tarifas “recíprocas” sobre produtos importados de diversos países. A média das novas taxas gira em torno de 20%, mas pode variar de 10% a até 49%, dependendo do país. A justificativa da nova política é retaliar países que aplicam tarifas sobre produtos americanos, devolvendo metade dessas taxas como forma de “equilíbrio”.
“Essas tarifas são necessárias para proteger e reviver a indústria dos Estados Unidos,” declarou Trump durante o evento no Jardim das Rosas, batizado de “Make America Wealthy Again”.
Efeitos imediatos para a Apple e seus consumidores
A Apple é uma das empresas mais afetadas pela medida. Com a maioria de seus produtos fabricados na China e na Índia — como os iPhones —, a companhia será forçada a pagar as novas tarifas ao importar para o território americano. Naturalmente, esse custo será repassado ao consumidor final, resultando em aumentos de preços para iPhones, MacBooks e outros produtos Apple.
Além disso, a própria tentativa da Apple de trazer parte da produção para os EUA não resolve o problema, já que muitos dos componentes ainda são importados — como os chips das linhas A e M, produzidos pela TSMC em Taiwan. Produzir nos Estados Unidos também envolve custos de mão de obra significativamente mais altos, o que torna a alternativa economicamente inviável no curto prazo.
Trump quer produção local, mas Apple enfrenta desafios logísticos
O objetivo da nova política é incentivar as empresas a produzirem mais dentro dos EUA. Porém, no caso da Apple, repatriar a produção em larga escala é um projeto que levaria anos, além de exigir bilhões em investimentos.
Mesmo com o CEO Tim Cook já tendo colaborado com Trump durante o primeiro mandato para amenizar efeitos de tarifas anteriores, ainda não está claro se a Apple conseguirá evitar os impactos dessa nova rodada de cobranças.
“A Apple pode, sim, trazer parte da produção para os EUA, mas essa mudança é lenta, cara e complexa”, aponta o analista Malcolm Owen.
Consumidores devem se preparar para pagar mais
Como as tarifas afetam não só produtos acabados, mas também componentes importados, mesmo dispositivos montados nos EUA não estão isentos de aumentos de custo. A consequência mais imediata será o encarecimento de produtos tecnológicos no mercado americano, com a Apple no centro dessa nova onda inflacionária.