O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu uma nova investigação contra a Apple no Brasil. O motivo? A empresa está sendo acusada de práticas anticompetitivas relacionadas ao uso da tecnologia NFC (pagamento por aproximação) nos iPhones.
O foco da investigação, segundo a Folha de S.Paulo, é a restrição imposta pela Apple que impede que usuários de iPhone utilizem o Pix por aproximação — recurso já disponível em celulares Android desde 2024.
Entenda o caso: o problema do NFC no iPhone
A investigação foi iniciada pela superintendência-geral do Cade após audiências públicas realizadas em fevereiro de 2025. Representantes do setor financeiro alegam que a Apple cria barreiras técnicas e comerciais que dificultam a oferta de serviços de pagamento via NFC no iOS por bancos e fintechs.
Atualmente, o único serviço que funciona de forma completa com o NFC do iPhone é o Apple Pay.
Pix por aproximação fora dos iPhones prejudica o consumidor
Associações como a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e a Zetta defendem que a limitação imposta pela Apple prejudica diretamente os consumidores brasileiros, já que o Pix por aproximação é um serviço gratuito, popular e amplamente utilizado.
Além disso, destacam que os custos cobrados pela Apple para liberar o NFC para outras empresas — entre 0,12% e 0,17% por transação — desestimulam a entrada de concorrentes, afetando especialmente empresas menores.
Outro ponto levantado na investigação é que a Apple não está cadastrada no ecossistema do Open Finance, exigência do Banco Central do Brasil para o funcionamento pleno do Pix por aproximação.
Apple pode enfrentar punições no Brasil
Apesar de já ter anunciado a abertura do NFC para terceiros em diversos países, inclusive no Brasil, a Apple continua sendo acusada de dificultar a implementação do recurso por meio de exigências técnicas inviáveis.
Até o momento, a Apple não se manifestou oficialmente sobre o caso.