Decisão pode levar à divisão forçada do lucrativo negócio de anúncios da gigante de buscas.
O Google foi oficialmente declarado monopolista ilegal no mercado de publicidade digital. A decisão foi emitida nesta quinta-feira (17) pela juíza federal Leonie Brinkema, nos Estados Unidos, e pode forçar a empresa a dividir seu império publicitário.
Segundo a sentença, o Google controla de forma anticoncorrencial os mercados de servidores de anúncios para editores e de plataformas de leilão de publicidade — duas áreas-chave do ecossistema publicitário digital. A empresa teria se beneficiado da sua posição dominante para influenciar o valor dos espaços publicitários e restringir a atuação de concorrentes.
Impactos para o Google e o mercado publicitário
Com a decisão, o tribunal agora exigirá propostas de medidas corretivas por parte do Google e do Departamento de Justiça dos EUA (DoJ). Uma das possibilidades levantadas é a separação do Google Ad Manager, plataforma que gerencia tanto a compra quanto a venda de anúncios online.
Essa divisão foi cogitada pela própria empresa anteriormente, em 2019 e 2022, antes mesmo do processo ser aberto pelo DoJ em 2023.
A juíza Brinkema destacou que o Google prejudicou significativamente a concorrência e os consumidores ao restringir a atuação de empresas rivais, o que levou a preços mais altos para anunciantes e menos receita para editores de conteúdo.
Histórico de acusações de monopólio
Este é o segundo grande caso em que o Google é declarado monopolista. Em agosto de 2024, a Justiça dos EUA já havia decidido que a empresa mantinha monopólio ilegal no mercado de buscas online, favorecendo-se ao pagar bilhões de dólares a fabricantes de dispositivos e navegadores para garantir o Google como buscador padrão.
Naquele caso, a Apple foi citada, por ter recebido US$20 bilhões em 2022 para manter o Google como mecanismo de busca padrão no Safari, seu navegador oficial.