CEO da Apple evitou confronto público com Trump e usou influência direta para proteger iPhones e Macs de tarifas de importação.
Uma nova reportagem do The Washington Post revela os bastidores da decisão do governo Trump de conceder isenção tarifária para produtos eletrônicos importados da China — uma medida que beneficiou diretamente a Apple e seus produtos mais populares, como o iPhone e o MacBook.
Segundo a matéria, o CEO da Apple, Tim Cook, desempenhou um papel fundamental nos bastidores para convencer autoridades da Casa Branca a recuar nas tarifas, usando uma estratégia discreta e direta.
Conversas privadas e postura cuidadosa
Cook teria conversado diretamente com o atual secretário de Comércio, Howard Lutnick, além de outros membros importantes do governo, alertando sobre os efeitos negativos das tarifas sobre os preços do iPhone e outros dispositivos.
Diferente de outros executivos do setor, Cook evitou críticas públicas à administração Trump, o que ajudou a manter um canal de diálogo mais aberto e eficiente.
“Tim tem um relacionamento muito bom com o presidente, e com razão”, afirmou Wilbur Ross, ex-secretário de Comércio do governo Trump. “Ele não é um reclamão público, traz dados reais e é respeitado por isso.”
Relacionamento direto com Trump
O texto destaca ainda que Cook doou mais de US$ 1 milhão para o fundo inaugural de Trump e manteve contato direto com o ex-presidente, sem intermediários — algo que teria sido bem visto por Trump.
Em um jantar com o investidor Marc Andreessen no clube de Trump em Bedminster, o ex-presidente teria perguntado a opinião de Andreessen sobre Cook. Ao ouvir elogios ao CEO da Apple, Trump respondeu positivamente, demonstrando respeito pelo executivo.
Isenção pode ser temporária
Apesar da vitória momentânea, o alívio tarifário pode não durar muito. Em entrevista recente, Lutnick afirmou que a isenção atual não é permanente e que um plano mais amplo de tarifas será divulgado “em um mês ou dois”.