CEO da Qualcomm afirma que companhia já considera cenário sem contratos com a Apple até 2027
Com a Apple acelerando o desenvolvimento de seus próprios modems, a Qualcomm começa a traçar caminhos alternativos para o futuro de seu negócio. Em entrevista ao podcast Opening Bid, do Yahoo Finance, o CEO Cristiano Amon minimizou a importância da dependência da empresa em relação ao iPhone e garantiu aos investidores que a Qualcomm está preparada para um cenário pós-Apple.
Parceria com Apple está com dias contados
Amon declarou que a licença atual com a Apple expira em 2027, e que a Qualcomm está operando como se o contrato não fosse renovado:
“Esse é o nosso contrato. Se não houver renovação, é isso. Existe muito drama sobre o relacionamento com a Apple, o que, sinceramente, acho injustificado.”
Atualmente, a Apple representa uma receita anual estimada entre US$ 5,7 e US$ 5,9 bilhões para a Qualcomm. No entanto, a transição já começou: a expectativa da empresa é estar presente em apenas 70% dos iPhones lançados neste ano, caindo para 20% em 2026 e chegando a 0% em 2027.
Qualcomm aposta em Android, carros e inteligência artificial
Segundo Amon, o foco agora está em outras frentes de crescimento:
“Estamos planejando nossos negócios assumindo que eles usarão seus próprios modems. E o que é empolgante é todo o crescimento que estamos criando… incluindo no Android.”
A Qualcomm está investindo pesado em áreas como automotivo, Internet das Coisas (IoT) e, mais recentemente, em chips para servidores com IA, buscando se posicionar como concorrente da Nvidia nesse setor.
A entrada no mercado de data centers com inteligência artificial não é nova, mas a empresa acredita que agora há espaço para disputar participação com gigantes como AMD, Intel e ARM. Amon acredita que o mercado é grande o suficiente para comportar mais um player relevante:
“É um mercado total endereçável (TAM) gigantesco, que continuará crescendo em taxas muito altas por décadas. Se conseguirmos construir algo único e disruptivo, há espaço para a Qualcomm.”