Pela primeira vez na história, as vendas globais de smartwatches caíram em 2024, e a Apple foi uma das mais impactadas. Segundo um relatório da Counterpoint Research, o mercado mundial de relógios inteligentes teve uma queda de 7% no ano passado. Apesar de continuar na liderança, a Apple registrou uma redução de 19% nas remessas, sua maior queda anual até agora.
O maior impacto foi sentido na América do Norte, onde a falta de lançamentos esperados, como o Apple Watch Ultra 3, e a pouca inovação no Apple Watch Series 10 reduziram o interesse dos consumidores. Além disso, a Apple enfrentou uma combinação de desafios:
- Poucas novidades no Apple Watch Series 10, que não empolgou o público
- Disputas de patentes, que afetaram a disponibilidade de alguns modelos
- Desempenho fraco do Apple Watch SE, sem atualizações significativas
A Apple se envolveu em disputas de patentes com AliveCor e Masimo, empresas especializadas em tecnologia médica. A AliveCor acusou a Apple de violar patentes de eletrocardiograma (ECG), o que inicialmente levou a uma recomendação de proibição de importação nos EUA. A Apple conseguiu reverter essa decisão, mas a briga com a Masimo teve um desfecho diferente, resultando no bloqueio das vendas de modelos com recursos ECG.
Enquanto a Apple enfrentava dificuldades, Samsung e Xiaomi avançaram.
A Samsung cresceu 3%, impulsionada pelo sucesso do Galaxy Watch 7, Galaxy Watch Ultra e Galaxy Watch FE e a Xiaomi entrou no top 5 global pela primeira vez, com forte demanda pelos modelos Watch S1 e Redmi Watch.

A grande surpresa foi a ascensão da China, que ultrapassou América do Norte e Índia como o maior mercado global para smartwatches. Isso foi impulsionado por marcas locais como Huawei, Xiaomi e Imoo, além da popularidade crescente dos relógios infantis.

A Counterpoint prevê uma recuperação lenta, com um crescimento modesto em 2025. O foco das marcas será a integração de inteligência artificial e sensores de saúde mais avançados, capazes de monitorar arritmia, apneia do sono, hipertensão e diabetes. Para isso, obter aprovações regulatórias será fundamental, ajudando a reconquistar consumidores e estimular o mercado.
Será que a Apple conseguirá retomar o fôlego no mercado de smartwatches?