Com novas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, a Apple pode intensificar a montagem de iPhones no Brasil para reduzir impostos e exportar aos americanos
A Apple está avaliando expandir a fabricação de iPhones no Brasil como estratégia para contornar as novas tarifas de importação dos EUA sobre produtos estrangeiros, principalmente os vindos da China. A informação foi divulgada pela revista brasileira Exame, que ouviu fontes próximas ao assunto.
Apple quer montar mais iPhones no Brasil
A montagem de iPhones no Brasil não é novidade. Desde 2011, a Apple mantém uma parceria com a empresa taiwanesa Foxconn, com uma fábrica em São Paulo voltada principalmente para o mercado local. No entanto, devido à capacidade limitada, apenas modelos mais simples eram produzidos por aqui.
Agora, a empresa estaria planejando montar mais modelos do iPhone, inclusive versões premium como o iPhone 16 Pro.
“A possibilidade de expandir a produção no Brasil começou a ser estudada no ano passado, com atualizações em máquinas e processos industriais” .
Segundo a publicação, a Anatel — agência reguladora de telecomunicações do Brasil — já concedeu à Apple e à Foxconn as certificações necessárias para fabricar o iPhone 16 em território nacional. Modelos como o iPhone 13, 14 e 15 já são montados no país, e o próximo passo é incluir também a versão Pro.
Objetivo é reduzir custos com impostos
Com os novos impostos sobre importações impostos pelo governo Trump, a Apple tenta evitar o impacto financeiro ao transferir parte da produção para países com tarifas mais brandas. Os produtos vindos da China serão taxados em 34%, enquanto os da Índia — outro centro de montagem da Apple — sofrerão com uma tarifa de 26%. Já para o Brasil, a tarifa será de apenas 10%.
Segundo o presidente dos EUA, as novas taxas são “recíprocas”, ou seja, equivalem aos impostos que cada país cobra sobre produtos americanos.
Se os planos da Apple se concretizarem, os iPhones produzidos no Brasil poderão não só atender à demanda nacional, mas também serem exportados para os Estados Unidos, com redução significativa de impostos.
Impacto no mercado: ações da Apple em queda
Desde o anúncio das tarifas, as ações da Apple já caíram mais de 10%, resultando em uma perda de US$ 300 bilhões em valor de mercado. Outras empresas americanas, como a Nvidia, também foram afetadas. A Nintendo, por exemplo, adiou o lançamento do Switch 2 nos EUA por conta da instabilidade provocada pelos novos impostos.