A gigante dos semicondutores Intel enfrenta um dos piores momentos da sua história recente. Na última terça-feira, as ações da Intel caíram 7,36%, fechando a US$ 18,13 — o menor valor registrado desde julho de 2009. Essa desvalorização histórica acendeu um forte sinal de alerta para o mercado de semicondutores e para todo o setor de tecnologia.
Queda das ações da Intel preocupa o setor de chips
A expressiva queda das ações da Intel reflete um cenário de crise que atinge o setor de chips globalmente. O motivo principal são as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, além do risco de novas tarifas de importação, que pressionam diretamente o desempenho financeiro das fabricantes de semicondutores.
Nos últimos 12 meses, o valor de mercado da Intel despencou mais de 50%. Para tentar contornar a crise, a empresa iniciou um processo de reestruturação interna e trouxe o executivo Lip-Bu Tan, ex-CEO da Cadence Design Systems, para atuar como conselheiro estratégico.
Litografia 18A: a grande aposta da Intel
A principal esperança da Intel para superar a crise está no lançamento da nova tecnologia de fabricação de chips chamada litografia 18A. Essa inovação promete revolucionar o setor, com ganhos expressivos de desempenho e eficiência energética.

Os primeiros chips produzidos com a litografia 18A da Intel devem chegar ao mercado no segundo semestre de 2025. Caso o lançamento seja um sucesso, a empresa poderá retomar sua competitividade frente a concorrentes como TSMC, Samsung e AMD.
Entretanto, a pressão financeira é grande. Em 2023, a Intel registrou um fluxo de caixa negativo de US$ 2,2 bilhões, evidenciando o alto nível de endividamento da companhia.
Crise da Intel derruba outras empresas do setor de semicondutores
O colapso das ações da Intel também puxou para baixo outras gigantes do mercado de semicondutores:
- AMD: queda de 6,5%, menor valor desde fevereiro de 2023
- Qorvo: retração de 9,9%, pior desempenho desde 2016
- Micron: queda de 4,1%, menor valor desde 2023
- Apple, Arm, NVIDIA, Qualcomm e TSMC também registraram perdas nas ações
Esse cenário mostra que a crise da Intel não é um caso isolado, mas sim o reflexo de um setor de chips pressionado por desafios geopolíticos, custos elevados de produção e incertezas econômicas em escala global.