Mesmo com destaque na App Store, o clássico da Capcom não atraiu o público no iPhone, iPad e Mac
Lançado em 19 de março, o aguardado Resident Evil 3 chegou aos dispositivos da Apple como uma aposta promissora da Capcom para expandir seu público mobile. Compatível com iPhones 15 Pro e superiores, iPads com chip M ou A17 Pro, além de Macs com chip M1 ou superior, o jogo era promovido como uma experiência de console completa no ecossistema da Apple. No entanto, os números revelam um desempenho decepcionante.
Números baixos de downloads e receita tímida
De acordo com dados da Appmagic, o título acumulou menos de 115 mil downloads nas primeiras três semanas após o lançamento, gerando cerca de US$ 50 mil em receita. Outro levantamento, da Appfigures, mostra um cenário ainda mais negativo: menos de 54 mil instalações e faturamento inferior a US$ 22 mil.
Modelo “free-to-start” e preço elevado afastam jogadores
O jogo segue o modelo “free-to-start”, permitindo jogar uma parte inicial gratuitamente. Para desbloquear a experiência completa, o usuário precisa pagar US$ 9,99 — valor que subirá para cerca de US$ 30 a partir de 16 de abril. Há ainda uma compra interna opcional de US$ 1,99 para desbloquear todas as recompensas do jogo. No Brasil, o título custa atualmente R$ 42,90, com o pacote de recompensas custando R$ 11,99.
Apesar de um destaque editorial na App Store e alguma promoção nas redes sociais da Apple, Resident Evil 3 não conseguiu alcançar um público significativo nos dispositivos móveis da empresa. O desempenho o coloca ao lado de outras adaptações de jogos AAA que também fracassaram no mobile da Apple, como Assassin’s Creed Mirage, que teve desempenho ainda mais fraco em sua estreia no iPhone. Outro exemplo é Death Stranding Director’s Cut, que mesmo com elogios à sua qualidade gráfica e jogabilidade adaptada, teve baixíssimo número de downloads e receita modesta. Também vale citar The Medium e GRID Legends, ambos com performance comercial abaixo do esperado, mostrando que mesmo títulos consagrados enfrentam dificuldades no modelo mobile premium da Apple.
Sucesso nos consoles: vendas expressivas da franquia Resident Evil
Enquanto as versões mobile enfrentam desafios, os títulos da franquia Resident Evil continuam a registrar vendas impressionantes nos consoles e PCs:
- Resident Evil 2 Remake: ultrapassou 15 milhões de cópias vendidas, tornando-se o título mais vendido da franquia até o momento.
- Resident Evil 7: Biohazard: alcançou 14,4 milhões de unidades vendidas, consolidando-se como um dos maiores sucessos da série.
- Resident Evil Village: vendeu mais de 10,5 milhões de cópias, sendo o título que atingiu essa marca em menor tempo na história da franquia.
- Resident Evil 4 Remake: superou 9 milhões de unidades vendidas, destacando-se como um dos remakes mais bem-sucedidos da Capcom.
Esses números refletem a forte aceitação dos títulos da série nos consoles, contrastando com o desempenho modesto das versões para dispositivos móveis.
Por que os ports de console não funcionam no iOS?
Este novo fracasso levanta dúvidas sobre a viabilidade de jogos premium, originalmente feitos para consoles e PCs, no ecossistema da Apple. Mesmo com hardware potente, como o chip A17 Pro e os chips da série M, o alto preço, a experiência de jogo em telas menores e a baixa cultura de consumo de jogos pagos no mobile parecem ser barreiras ainda difíceis de superar.