Chefão da inteligência artificial na Apple perde controle da Siri e de projetos de robótica em meio a reestruturações internas
A crise na divisão de inteligência artificial da Apple parece estar se agravando. O executivo John Giannandrea, contratado em 2018 para liderar a área com grande expectativa, perdeu recentemente o comando de duas divisões estratégicas: o projeto da Siri e a iniciativa de robótica da empresa.
Segundo informações do jornalista Mark Gurman na newsletter Power On da Bloomberg, essa mudança representa um retorno ao modelo clássico de operações da Apple, no qual produtos-chave são desenvolvidos por divisões específicas de hardware e software trabalhando em conjunto, ao invés de estarem concentrados sob uma única liderança.
Falta de confiança e reestruturação da equipe de IA
De acordo com Gurman, o objetivo da reestruturação não é apenas voltar às raízes, mas sim uma resposta direta à falta de confiança da Apple na capacidade de Giannandrea e sua equipe de entregar produtos de inteligência artificial em tempo hábil — especialmente num cenário onde novos atrasos são inaceitáveis.
As mudanças impactam a estrutura da divisão de IA, que passará a focar apenas nas tarefas essenciais, como:
- Desenvolvimento de modelos-base para a Apple Intelligence;
- Testes e infraestrutura de sistemas de IA;
- Anotação e análise de dados;
- Uma parcela restrita de desenvolvimento da Siri.
Possível dissolução da divisão de IA
O novo formato, mais enxuto e com escopo limitado, permitirá à Apple integrar as operações da divisão de IA diretamente à engenharia de software caso John Giannandrea venha a deixar a companhia.
“O plano seria dissolver a divisão de IA sem substituir Giannandrea,” aponta Gurman.
Essa medida demonstra que a Apple está preparando terreno para uma futura reestruturação ainda mais profunda, caso o executivo decida sair em meio à crescente pressão para acelerar os avanços em inteligência artificial.
A movimentação reforça a importância estratégica que a IA ganhou dentro da Apple e como a empresa não está disposta a tolerar mais atrasos num setor que hoje é vital para sua competitividade global.